quarta-feira, 23 de abril de 2014

5350 - III

Uma pequena pausa (espero) na descrição dos planos de nossa aventura, para render homenagens aos sherpas mortos e suas famílias, na maior tragédia da história esportiva do Everest. São 16 mortes confirmadas até agora, sendo que alguns estão desaparecidos, talvez 3. Isto irá afetar o futuro das escaladas tanto a curto (2014) como a longo prazo. Há uma comoção no local, um desespero com efeito dominó, que avança a cada dia. Os sherpas desceram a montanha para ficar com seus familiares e organizar os funerais e também reclamar das condições de trabalho na montanha junto ao governo Nepalês, que ofereceu uma esmola de U$ 400 pilas por família de morto. Ora, isso é um tapa na cara de gente humilde e trabalhadora e merece ser revisto, com apoio, até, das empresas milionárias ocidentais e seus clientes que pagam fortunas para adentrar ao parque onde se localiza o sítio da montanha. Os donos de empresas ocidentais estão tentando, com guias ocidentais, abrir uma nova passagem (ancoragens) pelo Khumbu, enquanto seus clientes treinam em ascensões próximas para manter o trabalho de aclimatação necessário para o cume alto. Isso sem saber se os sherpas voltarão para carregar o equipamento necessário par os campos 1,2,3 e 4. Ou seja, a vida continua e, salvo diferentes informações, americanos e europeus não estão preocupados com o ocorrido. Já mandamos mensagem para o Nava, nosso guia, mas ainda não obtivemos resposta sobre a saúde de seus funcionários nem sobre seus planos para julho. Não sei o que esperar, mas sinceramente, não gostaria de me juntar a tribo de turistas "gelados" que simplesmente passam por cima de tudo para carimbar um FEITOOOOO em sua carteirinha de STATUS!! Abraços LuX

quinta-feira, 17 de abril de 2014

5350 II

Olá!! Após a decisão, a primeira coisa a ser definida seria a data da expedição. Tudo dependia de quando a Lu poderia tirar férias, já que ela é a "formal" da tchiurma. No distante janeiro de 2013, definimos que seria no meio do ano de 2014, ou seja, teríamos um ano em meio para toda a preparação. Estudamos roteiros de ida e de volta, alterando umas duas vezes, até chegarmos ao definitivo. Trocamos a ida pela África do Sul (retorno tbm), por Dubai por uma questão logística. Ir e voltar pela AS despenderia um tempo precioso dentro do nosso cronograma, em que a Lu tem dia certo para estar de volta ao Brasil. Então será ida e volta POA, SP, DUBAI, NOVA DELI, KATMANDU, LUKLA, trekking EBC (campo base Everest). Resolvemos ficar duas noites em Nova Deli e duas em Dubai na volta. De ND sairemos em visita ao Taj Mahal na cidade de Agra, cerca de 180 km de ND. Fixado o roteiro, fomos em busca dos valores, desta vez mais precisamente, já que tínhamos um cálculo por cima dos gastos. Neste ínterim, já havíamos entrado em contato com uma agência de Sherpas no Nepal. Aí entra um detalhe importante do desenvolvimento do plano. Em contato com diversos "amigos" mundo a fora, que já haviam percorrido a trilha, descobrimos que é perfeitamente cabível fazer este trekking sem guia ou carregadores. Ocorre que a trilha basicamente sai do ponto A (Lukla), e vai ao ponto B (EBC), sem nenhum problema/preocupação em errar o caminho. A maioria dos que estão por ali, estão indo ou vindo do EBC, tipo formiguinhas, fazendo com que seja um passeio no parque esta aventura. Bueno, depois de muita conversa, decidimos contratar um guia de uma agência experimentada e sem reclamações graves dos clientes que contrataram seus serviços. "Didegrátis" vem um sherpa-carregador, o que me frustrou muito. Devido a minha caraterística macho-alfa-viril-espadaúdo, me sinto uma freira tendo um cara prá me guiar e outro carregando minha mochila. Uma verdadeira mancha no currículo. Nossas mochilas serão extremamente leves e com, apenas, o estritamente necessário para o momento, basicamente o volume será com roupas de frio e montanha. Mas a madame determinou, então fazer o que, né!? O principal motivo é que temos uma tempo limitado para o passeio. Pensamos que se alguma coisa acontecer, alguma ocorrência mais grave nos impeça de prosseguir normalmente, teremos alguém responsável por nos colocar no avião até a data final. Um guia que conheça os atalhos e saiba se expressar no idioma nativo, pode ser fundamental em um imprevisto. Para os que quiserem os valores, contate-nos que enviaremos os detalhes, mas já adianto a necessidade de roupas especiais, seguros, escolha minuciosa dos hotéis (super importante), deslocamentos extras, etc. Próximo contato, a preparação física (a base de cerveja, muita cerveja hehehe) LuX* *texto escrito pelo Rodrigo X, assim como o primeiro.

domingo, 6 de abril de 2014

5350

Este é o tíltulo: 5350 Afinal, tudo são números...hoje irei falar em números. Um planejamento, para qualquer tipo de atividade envolve números. Números são a base da vida, dos dias, dos meses, das vitórias e das derrotas. Números constroem, destroem, enfim, somos montados por números. Datas, relógios e seus tempos, medidas, pesos, multas, velocidades, salários, livros, montanhas, turismo, etc. Cheguei onde queria, onde inicia a nossa história, que passarei a relatar a partir de hoje, com uma certa contrariedade minha...mas, não estou sozinho - somos LuX: Lu + X. E a parte Lu deseja "abrir" nosso projeto. Então, segue: Livros caíram no meu pé. Caíram da prateleira de livros localizada no corredor aqui de casa. Caíram 16 exemplares de aventuras, sendo uns 12 sobre o Everest ou Himalaia. Não fiquei machucado, mas surpreso em ver que todos caíram abertos com o número 5350 apontado para mim. (mentirinha ilustrativa, decorativa, hehe) 5350. hmmm, 5350!! Na verdade é um número qualquer que pode significar muita coisa...para vocês. Para nós é um objetivo, um objetivo que sempre nos cercou, há mais de 30 anos, mais ou menos. E o 5350 nos perseguiu por todo este tempo até que em um dia de dezembro de 2012, após terminarmos de ler mais um livro sobre as bandas do Himalaia, a Luquiridona me olhou nos olhos e disse: " - Que tal fazermos este trekking ao EVEREST BASE CAMP??" EVEREST BASE CAMP = 5.350mts de altitude. No ar quase rarefeito. Pô véi, isso é do outro lado do mundo, lá na casa do cara........! Números, vivemos e dependemos de números e tudo fica mais fácil quando se tem números que esclarecem e iluminam dúvidas, ignorâncias e medos. Em cerca de uma semana, "zipamos" o contrato. Batemos o martelo e iniciamos um projeto que nos colocaria dentro de nossos livros e documentários de TV. Enfim, um desejo que hibernava dentro de nós virou números e sensações Ns traduzidas em suor, frio, palpitações, insonias, sorrisos de temor disfarçados de alegrias. Por que? Porque conhecemos o lugar muito bem, e sabemos que não é para iniciados. Morre-se lá, ou vive-se para todo sempre. É isso, gente. Apenas um início do que, a partir de agora se tornará um relato semanal, ou diário ou quando me der na telha escrever. Acompanhe-nos desde o olho-no-olho da decisão, passando pelo projeto, cálculos, contatos, documentos, gastos e montagem do material para a conquista do número 5350, que agora sabes que é uma altitude a ser batida. Abraço e um forte 5350 para vocês.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Travessia Josafaz outubro 2010

Após uma "meia-travessia" em 2009 do canion JOSAFAZ, resolvemos voltar agora em outubro (2010) para uma travessia total, se possível.

O plano seria entrar pela cidade de Praia Grande/SC, onde o canion termina e caminhar contra o rio em direção ao seu início no RS. Chegando ao final, retornariamos pelo mesmo trajeto, chegando em Praia Grande novamente.

Um bate-volta de 3 dias, sem muito compromisso. Queríamos apenas um pouco de diversão.

Um mês antes já tinhamos o grupo básico formado:

X;
Lu;
Adrian;
Z;
Suzi.

Mais tarde aderiu também o Rodrigo, convidado pelo Adrian.

Devido a uma certa experiência dos componentes, fizemos apenas dois encontros para resolver os detalhes e algumas dúvidas que tinhamos quanto ao deslocamento.

Após algumas pesquisas optamos em utilizar os serviços do Orley Jr., proprietário da empresa MUNDO VERTICAL com bastante experiência neste tipo de atividade e transporte de esportistas/aventureiros.

Seriamos desembarcados no sítio do Sr. Zé Fernandez (ex-caminhoneiro, criador de porcos e produtor de mel) na boca do canion, 28 km após Praia Grande.

Saímos de POA as 5:00h da manhã de sábado 09X10, para chegarmos as 9:30h no local que passamos a chamar de "os porcos". Ali seriamos resgatados dois dias depois, pelo Orley.



Menos de 1km e chegamos "nos porcos". Trocamos uma palavrinha com o Sr Zé Fernandez e tocamos canion a dentro, numa caminhada que já começou com a travessia do rio Josafaz bem no início da indiada.



Passadas fortes e firmes por 1 hora em trilha, ora embarrada, ora pedregosa, até chegarmos a uma prainha ao lado de uma cabana onde paramos para lanchar. Muita fome, pois nossa última refeição tinha sido as 4h "de la matina". Foi um lanche leve, apenas para colocar o combustível necessário para continuar.


Recuperados, voltamos à atividade pois deveriamos percorrer o máximo possível até as 16:30h, horário em que a luz do dia dentro do canion começa a diminuir, e quando montaríamos o acampamento, jantando cedo, dormindo cedo, para ganharmos o máximo de tempo no outro dia.

Subimos pela lateral do canion até os "limoeiros". Subida forte em trilha pedregosa com paisagem espetacular.

Passamos pelos "limoeiros", que já é um plano horizontal de descanso, rumo ao próximo ponto de referência que chamamos de "a bica".

Este ponto é um marco para quem quer seguir em frente, rumo ao topo do canion, ou subir para Aratinga em trilha íngreme de bois, mulas ou cavalos.

Bueno, dai em diante tudo era novidade para todos.

Adentramos um sítio sem ninguém, sendo recebidos por mulas muito curiosas que nos seguiram até sairmos pela outra porteira.

Havia uma casa, horta e também a lembrança do ano passado, quando nos avisaram sobre um touro muito bravo neste local.

Custamos a encontrar a trilha para contornar o mato que nos bloqueava após a clareira da propriedade.

A Lu largou sua mochila e contornou o mato por cima, nos avisando por rádio para seguir.

A encontramos na clareira seguinte e entregamos sua mochila para continuarmos rumo ao próximo matagal.
Passamos um lodaçal, um curso d'agua, chegando a uma bifurcação. Esta dúvida por onde seguir levou aos nossos "batedores" Adrian e Rodrigo ("arco" e "flecha"), seguirem um por cada caminho.

Ao voltarem decidimos seguir por cima, o que se mostrou mais a diante ser a decisão errada.

Andamos uns 400 mts e descobrimos que não havia passagem da clareira de cima, pois o mato seguinte era muito fechado e havia um peral no final do mesmo.


Voltamos à bifurcação e descemos rumo ao rio.

Ao chegarmos ao rio, achamos um ótimo ponto para acampamento, e pelo adiantado da hora resolvemos ficar por ali.

Montamos as barracas.

A Lu e eu tomamos um ótimo café com leite, muito quente que desceu "redondo".

O Z esquentou sua carne com molho tomou banho e deitou em seguida.

A Suzi lanchou em sua barraca e os "arco-e-flecha", beliscaram conosco na beira do rio.

Tomamos banho no rio gelado. Água fria revigorante e muitas brincadeiras confirmaram a união do grupo.

Isso tudo antes das 18h.

Lá pelas 18:30 hs jantamos. Aí sim, comida de verdade, quente e em abundância.
Após, caímos duros nas barracas.

Esfriou um pouco pela 1h da manhã, mas nada que um saco de dormir 0° não resolvesse.

Acordamos mais tarde do que pretendíamos....por volta das 8hs. Sentamos todos a beira do rio para o café da manhã. Em seguida desarmamos acampamento e reunimos todas as mochilas em uma lona levada pelo X, para escondermos na mata e fazermos a trilha do dia sem peso, levando somente o necessários (cantis, alimentação leve, facões e cordas).
Essa decisão se deu já que queríamos passar a próxima noite já nos "porcos" e seriamos obrigados a voltar pelo mesmo local.

Saímos às 09:30hs, encontrando um grupo de touros e vacas logo a frente, que precisaram ser "tocados" pelo X, para liberarem a trilha. Nossos batedores, "Arco" e "Flecha" tomaram a frente, seguindo a trilha até a beira do rio. Fizemos mais uma travessia, indo para a outra margem. Seguindo pela trilha, a mesma acabava repentinamente. Um derrame havia levado uma grande porção de terra rio abaixo, e nossa trilha também. O X desceu em direção ao rio para ver se tínhamos como seguir por ali. Não era possível e ele ainda ficou na beira do peral, sem ter como subir sem a ajuda de corda, que foi ancorada pelo Z. Depois de subir, retornamos pela trilha até, mais uma vez voltar ao outro lado do rio. Rodrigo e Lu seguiram por uma margem para atravessá-la mais a frente, enquanto que Adrian, X e Z atravessaram de imediato. A decisão da Lu não se mostrou a mais correta, uma vez que ela escorregou em uma pedra, molhando máquina fotográfica e rádio (mas sem maiores danos).

Seguindo pelo leito do rio, encontramos a trilha na outra margem logo a frente. Atravessamos o rio e seguimos por ela.
Após algum tempo de caminhada encontramos uma cabana de caçadores. Estava fechada e sem vestígios de recente uso. Ao longo dos 2 dias, por diversas vezes tivemos a impressão de termos ouvido tiros, o que comprova a presença de caçadores na região, mesmo a caça sendo proibida.

Por vezes a trilha nos enganava, desaparecendo no mato fechado, mas surgindo clara em seguida. Passamos pelo primeiro grande desmoronamento, que deve ter acontecido há alguns anos atrás pois a vegetação já estava com altura considerável.

Passamos por ali entrando novamente na mata. Logo a frente novo desmoronamento, desta vez mais recente (confirmado pelo Sr. Zé Fernandez que nos contou que este ocorreu ano passado). Ali o Z resolveu ficar, pois já estava sentindo o peso de 1 dia e meio de caminhada. O resto do grupo seguiu pela trilha mata a dentro. A todo momento cuidávamos o tempo, para que pudéssemos voltar ate os "porcos" ainda com luz.

Mais uma vez passamos por um acampamento de caçadores. Desta vez a cabana era de lona e havia muito lixo espalhado. Pacotes de massa, pães e sucos em toda a volta, inclusive em uma pequena queda d'água um pouco a frente. Isso só reforça que são pessoas sem a menor consciência ecológica....assassinas de animais, da vegetação e das águas.

A trilha, neste ponto, seguia cada vez mais no sentido contrário do que sabíamos que tínhamos que ir.....seguia morro acima, indo em direção norte, enquanto tínhamos que ir para o leste. Assim, caminhamos pela mata até 11:50hs, quando resolvemos retornar.

O trajeto de retorno foi exatamente o mesmo, para que não corrêssemos o risco de perder tempo em retornos. Nos juntamos ao Z e seguimos para pegarmos as mochilas. Lá chegando, o Adrian e Rodrigo perguntaram se tínhamos percebido uma carteira de cigarro que estava apoiada em uma árvore. Os outros não haviam visto, mas isso nos deixo mais atentos para a presença de outras pessoas por ali. O Z já havia encontrado um cartucho enferrujado de espingarda enquanto nos aguardava, e tínhamos medo da presença de caçadores por ali. Um tiro perdido no meio do mato não seria nada agradável.

Com as mochilas novamente nas costas, seguimos a trilha para a volta. O caminho não estava exatamente igual ao do dia anterior, pois havia chovido a noite e boa parte da manhã, sem muita intensidade, mas com freqüência.

Isto deixou as trilhas mais embarradas e escorregadias. Escorregões e pequenas quedas foram frequentes, mas pior foi um trecho onde o lamaçal era grande, mas não parecia perigoso. Rodrigo (flecha) passou por ele. Suzi e Z optaram em subir um pequeno barranco para contorná-lo.

Neste momento, o X seguiu o Rodrigo e ficou atolado. Lama até os joelhos, que simplesmente "grudaram" a bota na lama, fazendo com que ele não conseguisse se mover. O Adrian estava mais próximo e ajudou o X a se soltar, tentando tirar a lama do entorno do pé, fazendo entrar ar por baixo da bota. Foram 15 ou 20 minutos de apreensão, com medo de que cada vez o X ficasse mais atolado, ou que perdesse a bota ali. Mas depois de algum tempo e grande esforço ele conseguiu se soltar.

Seguimos a trilha sem maiores transtornos e chegamos a cabana do Sr. Zé Fernandez. Lá chegando, fomos alegremente recepcionados por 4 pequenos porcos que vieram ao nosso encontro correndo morro abaixo.

Enquanto o X e a Lu foram cumprimentar o Sr. Zé, Z, Suzi, Adrian e Rodrigo começaram a armar as barracas e foram surpreendidos por um grupo de 4 caxienses que simplesmente "surgiram" da mata. Eles haviam descido a parede canion em linha reta vindo do Rio Grande do sul, do topo, até o ponto onde nos encontrávamos. Conversamos um pouco, trocando informações e aventuras até que o grupo seguiu seu rumo. Neste momento X e Lu vão ao encontro do grupo com uma "triste" notícia....o Sr. Zé não tinha ovos para vender (haviamos pensado em fazer um omelete), mas tinha costelinhas de porco, carvão e uma churrasqueira para emprestar. Inacreditável!!!!!

Um churrasco naquele lugar? E que churrasco....pouca gordura e muita carne.

Depois de outro banho gelado de rio, com direito a sabonete e xampo, colocamos roupas quentes e ficamos em volta da churrasqueira, bebendo um vinho oferecido pelo Sr. Zé e conversando. Ficamos sabendo de algumas estórias de pescador e lendas da região, como a do "Gritador". Fizemos arroz e massa para complementar a carne, comemos e fomos dormir. A Lu confessou depois que não dormiu tão bem como na primeira noite, com medo do "gritador", ou que algum dos porcos viesse perambular perto das barracas.

(Acesse http://www.youtube.com/watch?v=bJjKaj-RsOc e saiba mais sobre a lenda do Gritador).

O dia seguinte amanheceu com sol e pouco vento. Acordamos cedo e metade do grupo decidiu seguir a trilha até uma cachoeira próxima. Sem café da manhã, Adrian, Rodrigo e Suzi seguiram a trilha. Combinaram em voltar até 11hs, para terem tempo de desmontar acampamento e estarem prontos até meio-dia, no local de encontro com o Orley. X, Lu e Z ficaram pelo acampamento, tomando café com calma e "lagarteando" nas pedras a beira do rio e após foram tomar café.


1:30h depois chegaram os exploradores da cachoeira. Contaram que é um lugar de difícil acesso mas não impossível de se atingir.
Suzi, Adrian e Rodrigo nos deixaram com "água na boca" com o relato da aventura.
VOLTAREEEEMOS !!!

Assim que desmontaram o acampamento, nos despedimos do Sr Zé Fernandez, agradecendo a acolhida e informando que retornaremos para mais atividades na área, o que foi prontamente aprovado por ele.

Chegamos ao ponto de encontro/resgate em que seriamos apanhados pelo Orley às 11:45h.

Combinamos ao meio-dia, mas com o atraso de 1:30h da van, começamos a nos preocupar e voltamos ao Sr. Fernadez para pedir uma carona em seu caminhão. Poderiamos cruzar pelo Orley ou até mesmo fazer um resgate dele pois imaginamos, sim, que alguma coisa poderia ter acontecido.

Lu e eu insistimos no caminhão contra a vontade do Z, Adrian, Rodrigo e Suzi, em um debate acalorado via rádio. Nós no sítio, e eles na ponte, local de encontro com a van. O medo da Lu era de que tivesse acontecido alguma coisa com o Orley que o impedisse de buscar-nos. Como não há forma alguma de comunicação entre onde estávamos e a civilização, nossas únicas opções eram o caminhão do Sr. Zé ou caminhar até o posto do Ibama e pedir que chamassem, via rádio, taxis de Praia Grande para nos buscar. Como já haviamos dado sorte em encontrar o Sr.Zé em casa (ele já estava retornando para sua lida no campo), resolvemos "assumir a responsabilidade" e bater o martelo com o caminhão.

Embarcamos no caminhão e chegando na ponte pênsil onde todos embracaram e seguimos rumo a Praia Grande.

Dez minutos após estarmos na estrada, avistamos a kombi do Orley. Desembarcamos, agradecemos a camaradagem do Sr Fernandez, que não quis nos cobrar pela carona até aquele ponto, mas mesmo assim oferecemos um gorjeta para ele. Ele já havia nos contado quanto custa "ligar" o caminhão....e pelo tamanho do bicho, não era fácil manobrar naquelas estradinhas.

Transbordo feito, partimos para um lanche em Praia Grande.
Após, tocamos direto para POA, onde chegamos às 19:00h.

Entregues porta-a-porta, todos felizes e sãos com o término desta jornada. Mas prontos para a próxima.

Participantes:

Suzi Soares - SU;
Rodrigo - FLECHA;
Adrian Arcos - ARCO;
Ricardo Zelanis - Z
Luciana Maines - LU
Rodrigo Xavier - X



Quando nos perguntam por que fazemos isso, por que ir para um lugar onde nem ao menos celular "pega", respondemos:



PORQUE ESTÁ LÁ !!!

...

Dicas de comidas para trilha:

Por incrível que pareças, nossos amigos "Arco e Flecha", escoteiros experientes, nos surpreenderam com um estrogonofe na noite de sábado, na beira do rio. Perguntados sobre como fizeram esta façanha, contaram que é até bem simples. Segue a dica:

- faça a carne picada com pouco molho;
- coloque em um saco plástico, retirando todo o ar, e congele;
- para armazenar na trilha, coloque dentro de um pote plástico, dentro de outro saco plástico e envolva com papel alumínio e por último folhas de jornal.

O ideal é consumir no mesmo dia (ainda mais se for quente). Daí, basta aquecer no fogareiro e adicionar o creme de leite. Fácil de fazer, de carregar e maravilhoso de comer!!!!!


...

Dicas, dúvidas, sugestões, comentários, por favor escrevam-nos.

Mais fotos disponíveis em http://picasaweb.google.com.br/Lucmasi/TravessiaJOSAFAZOUT2010?authkey=Gv1sRgCO6C24Hx6KazgQE&feat=directlink

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Abraço no Morro do Osso (ACZS)

7:30h de la matina.
9 graus.

Sem nem imaginar que seria um domingo (20VI10) espetacular e com um plus 0800 de dois tombaços em um DOWN HILL no morro TAPERA, zona sul de POA, começo a me preparar para o passeio de bike ABRAÇANDO O MORRO DO OSSO & MORRO TAPERA organizado pela ACZS - Associação Ciclística Zona Sul.

Banana amassada c aveia e mel + granola (tutuchuntu), e um café c leite serviriam de combustível para uma pegada prá lá de forte.

Pegada forte mesmo foi tirar a LU da cama. Mas ao ver o café da manhã chegando, já acordou e levantou rapidinho.

Poucos “equipos”, pois seria um dia de muita subida. Apenas o q realmente utilizaríamos, como lanches, bebidas, peças extras de roupa para o frio e algumas ferramentas.

Saindo de casa encontramos o LAGARTIXA, presidente da ACZS, bem disposto e nos deslocamos juntos até o ponto de encontro na Wenceslau Escobar.

Eu e ele íamos conversando enquanto a LU vinha um pouco atrás se familiarizando com os novos trocadores "rapid" de sua bike, o que melhorou muito sua performance na trilha.

Chegamos e demoramos uns 40 minutos para sair, pois as pessoas não paravam de chegar. 50 bikers partiram rumo ao MORRO DO OSSO. No caminho mais e mais ciclistas iam se juntando à caravana.

Entrando pelo SÉTIMO CÉU, subimos pelo zig-zag de ruas até chegarmos ao grupo indígena localizado na entrada da parte rural do MORRO DO OSSO.

Alimentos não perecíveis, arrecadados entre os participantes, entregues ao cacique, cruzamos a "reserva" e chegamos à trilha que leva ao topo do morro.

Subida, subida e subida...marcha mais leve e paciência para chegar na parte mais alta, e ainda com chão molhado e escorregadio...haja atenção, sim.

E é assim q funciona para subir, concentração na pedalada como se fosse um passo depois do outro.

Muitos empurraram. Muitos descansaram, mas todos chegaram ao topo num espaço de 5 minutos entre o primeiro e o último. Legal.




Fizemos um círculo e foi informado do real motivo de estarmos ali: o possível loteamento do MORRO DO OSSO.






Nunca havia ouvido falar nisto. Para mim o morro é intocável, sem a mínima possibilidade de construir ali.

Moro a 3 quadras do morro e o vejo todos os dias. Tudo que puder fazer para melhorar e preservar farei.

Se depender das pessoas que estavam ali, este tipo de "PROGRESSO" jamais acontecerá.

Também não gosto dos índios ali, pensando q são donos daquela terra.

Após apreciar a vista e tirar todas as fotos possíveis, descemos pelo lado leste para passarmos pela VILA NOVA, rumo ao MORRO TAPERA.

Tudo que desce, em um momento sobe (ou será ao contrário??? - não no mountain bike).

Passando pela VILA NOVA começou a pedalada lomba acima. A dispersão foi menor, pois todos já estavam bem aquecidos, culminando com uma chegada rápida na parte baixa do TAPERA.

Saindo da estrada, passando pela cerca, adentramos ao parque do morro.




Bueno. aí começou a separação entre homens e meninos...hehe!!

A subida de 260mts de altura até o topo, foi feita por uma trilha de 1.500mts aproximadamente...EMPURRANDO AS BIKES.




Por mais de uma hora paleteamos as magrelas por trilhas de pedras, areia, capinzal e barro.

Trilha escorregadia e praticamante sem apoio e as vezes com mais de 45° !! punk!




Um ajuda daqui, outro ajuda dalí e conseguimos chegar ao cume em mais ou menos 1:30h. Sempre empurrando.

Apareceu um ventinho para baixar a temperatura no TAPERA, e por isso não demoramos muito na apreciação e fotografias para não perdermos o aquecimento corpóreo (corpóreo...chique, né?).




Pegamos a trilha plana horizontal na parte de cima do morro. pedaladas pressurizadas e aumento de velocidade, pois ninguém aguentava mais ficar ao lado da bike. Queriamos a montaria "falando" alto.











Aí que foi:

Velocidade em declive, surgiu a canaleta de mais ou menos um palmo de cava.

Tentei ficar na borda da canaleta, sobre a grama, mas esta estreitou e entrei na vala.

Negociei por uns metros mas a velocidade me obrigou a apertar o freio trazeiro.

Mas com o pneu "slick" no meio, que uso, fez apenas arrastar a roda. Ae sim, belisquei o freio da frente e, porrada como é, travou e me arremeçou por cima da bike.

Caí por cima de uns tufos de grama e não aconteceu nada comigo...nem com a bike. Nem susto levei, de tão rápido que foi.

Fiquei preso na bicileta e o POABIKER que vinha atrás me ajudou a desacoplar.

"Amuntei" na bicha e PAU DE NOVO hehe...lembrei do filme do SHWARZ, o PREDADOR em que um dos anabolizados diz: "não tenho tempo para sangrar".

Mó testosterona isso.

E foi isso que pensei: "não tenho tempo para cair". E vá pedal lomba abaixo.

A Lu nem viu, vinha mais atrás. Mas se visse iria puxar minha orelha.



Ficamos mais um pouco lá por cima e logo iniciamos a descida rumo a av. JUCA BATISTA, pelo lado sul do TAPERA.

Um pequeno grupo fica para trás para acompanhar uma troca de um pneu furado.







Feito isto, entramos na reta final da descida. Aceleração e trilha que virou estradinha. Avistada a JUCA, acelerei afu, passando por cima de um barral. Um lodo preto da largura da estradinha e com uns 6mts. Tentei colocar as rodas na marca de carro e afundei ao mesmo tempo em que freava.

Pronto, tá feita a cagada.

Fui ejetado novamente pela frente da bike e caí de lado no lodo-esgotístico. PUTZ. Deslizei sobre aquele muco ectoplásmico e parei no mesmo instante em que já levantava "não tenho tempo para sangrar" . Montei e ganhei velocidade para terminar os últimos 50mts antes do asfalto.

Tive sorte em cair em um colchão de esgoto. Ileso novamente, graças a merdança dos nativos.

Ao chegar ao ponto de encontro, em um posto na JUCA, todos ficaram assustados, pois eu estava totalmente embarrado, dos pés a cabeça no lado direito.







Missão cuprida.




A LU adorou. Um biatlo bem legal, e com trilhas ainda...tudo de bom.

Com seus trocadores novos e aprovados, o aproveitamento dela foi 99%.

E com os 100% de companheirismo dela...foi um dia 199%.



Mais aventuras LuX, sempre por aqui.



Abraços.

X.

domingo, 8 de novembro de 2009

Travessia Canion Josafaz

Fazia muito tempo que não postavamos alguma coisa. Não que não estivessemos viajando, mas o tempo não estava nos ajudando com viagens de moto. Tivemos um inverno bastante chuvoso. Temos feito muitas trilhas e acampamentos e aqui vamos relatar o último e mais desafiador que fizemos: a travessia do Canion Josafaz, feita no feriadão de 02 de novembro de 2009. Mas esse relato não foi feito por nós. Como a travessia foi feita por um grupo, vamos apresentar o relato e algumas fotos feitos pelo nosso amigo Fabiano Rifatti (REDBULL), com alguns comentários nossos.

PREPARATIVOS:

Com a decisão de não usarmos um guia, precisamos buscar informações pela internet, pesquisa no google earth assim como ida prévia até o local (tarefa realizada pelo X em sua nova XT660). A idéia de entrarmos no canion por Morro Azul foi abortada pelas diversas informações de moradores locais que nos aconselharam entrar por Aratinga. Essa decisão se mostrou acertada durante a travessia. Diversas reuniões foram feitas pelos participantes da travessia, e apesar de algumas desistências e novos integrantes, todos tinham tarefas para fazer, desde buscar informações fidedignas do local, como contratação de condução e relação dos itens a serem levados.

RELATO E FOTOS (por FABIANO RIFATTI - Redbull):

Saindo de Porto Alegre sexta feira dia 31/10/09 as duas da madrugada um pequeno grupo de membros dos Trilheiros do Sul subiu a Rota do Sol até a comunidade de Aratinga, em São Francisco de Paula, onde os Trilheiros iniciariam a jornada até o cânion Josafaz. O plano era fazer a travessia desse cânion e ir até praia Grande-SC, passando pelo Vale do Mampituba.

O planejamento da aventura começou com a busca de informações e guias que pudessem conduzir o grupo nessa indiada. Entretanto os valores cobrados pelos guias, somados ao transporte até o início da caminhada e mais a dificuldade logística que entrar em um estado e sair em outro trazia para o projeto, fez com que o grupo ponderasse sobre a necessidade de um condutor.
As informações encontradas a respeito do canion Josafaz eram escassas e por vezes desencontradas. As imagens do Google Earth, grande companheiro de planejamentos, ainda eram de baixa resolução, o que só trazia mais dificuldade para o projeto.
Entretanto após confirmações e desistências de participantes, a equipe se formou coesa, e como todos os componentes eram pessoas experientes em trilhas decidiram abandonar o guia e correr o risco de fazer a travessia sozinhos.
Além da falta de informação havia o medo do fracasso e principalmente o temor levantado por todo o mito que uma travessia de canion envolve, além, claro dos riscos reais. Mas apesar disso tudo o grupo estava disposto a enfrentar o desafio.
Iniciaram a caminhada as 6:00 da manhã em Aratinga, chegando nas bordas do Canion por volta de 7:30. A visão do canion em sua extensão encheu os olhos do grupo, que iniciou uma descida íngreme em direção ao leito do Rio Josafaz. As mochilas pesadas e o calor que já fazia àquela hora da manhã, dentro da mata nativa, eram agravantes, tornando a caminhada para fundo do cânion lenta e cansativa. Foram 3 paradas para descanso até o grupo finalmente poder avistar o rio em uma “janela” no meio da mata após duas horas de descida forte.

No rio o grupo aproveitou para se refrescar e fazer uma refeição antes de iniciar a caminhada por dento do canion até o vale do Mampituba e posteriormente até Praia Grande. Segundo todas as informações colhidas a travessia do Canion até Praia Grande era feita em 3 dias. Mas o grupo só dispunha de dois para realizar a caminhada. Sendo assim a solução seria caminhar o máximo que pudessem no 1º dia para assim garantirem o término do percurso no 2º dia.
Entretanto o Josafaz não é um canion selvagem como os demais. Além de não ser vertical e clastrofóbico como os outros cânions, passando inclusive uma impressão de vale, ele possui caminhos bem demarcados o que facilitou muito a caminhada.
Por volta de uma da tarde, o grupo parou para o segundo banho de rio. Lanche e descanso, para em seguida iniciar a caminhada forte novamente.
Como fazia muito calor, somado ao esforço de carregar as mochilas pesadas, de tempos em tempo era necessário fazer uma parada para descansar, beber água e se banhar nas águas geladas e cristalinas do rio.
Já por voltas das 16 horas o grupo passou pela 1º comunidade da região: São Roque. Ali descobriram que ainda faltavam mais de 6 kilometros e um morro com três subidas longas para chegarem até a comunidade de Aparecida, onde pretendiam acampar. Antes de iniciar a subida, uma nova parada para a alimentação reforçada. Nesse momento o cansaço já era enorme e apesar de estarem parados na beira da estrada alguns deitaram e até tiraram uma soneca de minutos.
Mas como ainda havia bastante o que caminhar, colocaram novamente as mochilas e voltaram a caminhar. Foi só depois das 17 horas que avistaram o pico da pedra branca. Referencial do final do Canion Josafaz e inicio do vale Mampituba.

Mas ter avistado a Pedra Branca não queria dizer ter chegado lá. A caminhada ainda levou mais de uma hora até que o grupo chegou ao Posto do Ibama que fica em frente a pedra. E só então pôde ter certeza:
Os Trilheiros haviam concluído a travessia do Canion em um dia de caminhada.

Apesar de exaustos essa notícia deu um novo ânimo ao grupo que seguiu caminhando, mas já pensando em algum lugar para acampar. Um taxi que passava pela estrada foi parado pelo grupo para coletar algumas informações. Descobriu-se que Aparecida, não estaria a 3 quilômetros de distância, mas sim a 6 kilometros ou mais. Por 5 reais o taxista faria a viagem até Aparecida, e o grupo não pensou duas vezes em mandar as mochilas, e caçula do grupo no táxi. Assim foi feito. O taxi seguiu com dois componentes da equipe e as mochilas de todos, enquanto os que ficaram puderam caminhar finalmente apenas com o peso dos próprios corpos, o que foi um alívio imenso.
A surpresa foi a volta do taxi para pegá-los, pois Aparecida era mais distante do que imaginava-se. Uma surpresa bem vida, tamanho era o cansaço. Chegaram em Aparecida e ficaram no que seria o bar da comunidade. A única casa a kilometros de qualquer outra. Ali foram muito bem recebidos pelo proprietário que cedeu prontamente o pátio para o acampamento do grupo.
Exaustos após 12 horas de caminhada puxada com as mochilas carregadas, o grupo tomou o ultimo banho de rio do dia. Alguns montaram suas barracas, outros rede de selva, e houve quem apenas estendeu o saco de dormir em cima do isolante térmico. De tão cansados quem deitou para “experimentar a cama” não conseguiu levantar, adormecendo sem jantar. Apenas dois membros da equipe (pai e filho) tiveram forças pra se manter de pé e jantar antes do sono merecido.

Domingo pela manhã o grupo levantou cedo, as dores musculares eram esperadas. Ponderaram sobre a distância até Praia Grande: Mais de 20Km por estradas de terra. Sem trilhas. O calor já se fazia bem presente. Foi consenso geral de que, sem trilhas, não valeria a pena toda a caminhada até praia grande. Principalmente quando o desafio, que era o cânion já havia sido vencido. Combinaram com um senhor que faz frete na região de irem na carroceria do seu caminhão até Praia Grande. Uma decisão acertada, pois a caminhada seria imensa e sacrificada, já que a estrada se distanciava do leito do rio por muito tempo.
Em Praia Grande o grupo lanchou às margens do rio enquanto esperava a hora de pegar o ônibus que Oe traria de volta a Porto Alegre. E minutos antes da partida alguns Trilheiros ainda arriscaram um refrescante banho de rio para se despedir da cidade.

Participaram dessa aventura: Fabiano Riffatti (RedBull), Max Salgueiro, Max Marcel, Ricardo Zelanis, Rodrigo X e Luciana Maines.

(relato completo e mais fotos disponíveis em: http://www.trilheirosdosultrk.com.br/relatos/47-relatos-2009/94-travessia-do-canion-josafaz-31102009

INFORMATIVO:
- Apesar da "facilidade" na travessia, nos preparamos muito, inclusive intensificando atividades físicas, buscando minimizar dores musculares e aumentar a resistência, pois sabiamos que seria um grande desafio;
- Lembramos que participamos de um grupo que faz trilhas há mais de 08 anos e temos experiência. Assim, não tente uma aventura sem guia caso não tenha experiência para tal;
- Constatamos ao final o peso a mais que carregamos com ítens que não foram utilizados. Mas é sempre bom levar os equipamentos que podem fazer falta em momentos de emergência.

Bem, mais uma vez acreditamos que relatamos tudo (ou quase tudo!). Estamos a disposição para perguntas ou dúvidas do que escrevemos.

Até a próxima viagem!

Lu e RodrigoX (LuX)

sábado, 30 de maio de 2009

VIAGEM DE MOTO: SERRA “ITALIANA” GAÚCHA – PÁSCOA 2009

Assim como no Carnaval, também fomos convidados para ir para outro destino – Maringá/PR. E mais uma vez pensamos em fazer nosso próprio roteiro. Há muito tempo vínhamos falando em visitar algumas pequenas cidades da serra gaúcha – lado italiano, pois apesar dos 2 conhecerem quase todas, o retorno sempre tem um gostinho diferente.
Assim, elaboramos nosso roteiro, indo diretamente à Antônio Prado (cidade onde foram filmadas as cenas de Caxias do Sul, no filme O Quatrilho) e Garibaldi.


PREPARATIVOS:
Como são cidades muito próximas a Porto Alegre, não houve grandes preparativos, além das reservas de hotel e a tradicional revisão da moto.


RELATO DA VIAGEM

1º dia – como o trajeto era curto, não houve muita pressa em sair, o que aconteceu por volta das 11hs. Fomos direto à Antonio Prado, fazendo uma, a princípio, pequena parada em um posto de gasolina, em Caxias do Sul, para abastecer. Digo “a princípio” pois o frentista colocou álcool na moto, e o que seria uma parada de 10 minutos levou 01 hora, até esvaziar completamente o tanque e abastecer com a preciosa gasolina.


Chegamos em Antonio Prado por volta das 14hs, localizamos nosso hotel e nos instalamos. Ficamos no Hotel Pradense (www.hotelpradense.com.br) e fomos recepcionados pelos proprietários – um casal muito simpático, mas que ficou impressionadíssimo que aquela hora ainda não tínhamos almoçado (hehehehe). Trocamos de roupa e fomos “almoçar”. Encontramos uma cafeteria aberta, com ótimos lanches, todos em homenagem à sexta-feira Santa (sem carne de gado ou frango), e enquanto comiamos, vimos passar a procissão – praticamente a cidade toda estava lá. Depois do lanche, saímos para um passeio. O dia estava ótimo e após uma volta por quase toda a cidade, voltamos ao hotel. A noite saímos para uma sessão de fotos no casario antigo, que como projeto turístico da cidade, foi todo revitalizado e bem iluminado. Á cidade é tipicamente italiana, e quem já esteve no interior daquele país se sentiria retornando.

Fizemos, inclusive, amizade com um grupo de adolescentes que estavam na praça central. Após o tour fomos jantar em um dos únicos 2 restaurantes da cidade. Depois de mais uma voltinha, nos recolhemos ao hotel, pois o frio estava forte.

2º dia – acordamos por volta das 8:30hs, pois o café da manhã era somente até as 9hs. Saímos do hotel por volta das 10hs, em direção à Nova Pádua. Lá chegando, fomos direto ao Belvedere Sonda (hotel) para vermos o Rio das Antas. Depois de apreciar a paisagem, o Rodrigo propôs que fossemos por um atalho até Nova Roma, que fica do outro lado do Rio. O único detalhe: era estrada de chão, com descida e subida de morro.

Perguntei se ele tinha certeza, já que nossa moto não é uma trail e sim uma custom muito grande e pesada. Ele disse que sim....Não sei se por ingenuidade ou por confiar muito no piloto, concordei. Foi uma grande aventura, pois no meio da descida ficamos sem o freio traseiro....o Rodrigo levou a moto (e a mim) sãs e salvas até a balsa que atravessa o Rio.....quem atravessou conosco ficou impressionado com nossa aventura. A subida foi bem mais tranqüila, e pudemos aproveitar a bela paisagem. Chegamos em Nova Roma e almoçamos num pequeno e simples restaurante, mas freqüentado por motociclistas. Após o almoço, rumamos para Garibaldi, passando pela Ponte de Ferro em Nova Roma, onde várias pessoas faziam esportes de aventura (rapel, tirolesa, bungjump).


Lá chegando, nos instalamos no Hotel Mosteiro (www.hotelmosteirosaojose.com.br). Era realmente um Mosteiro, e as freiras administram o hotel....foi muito estranho – a sensação de estar hospedado na casa da sua tia avó heehehehe....mas muuuuiiito legal.

Depois de instalados, fomos a pé ao centro da cidade fazer um lanche. Encontramos uma pizzaria / pub que já estava aberta e servia petiscos.....várias cervejinhas depois, voltamos ao hotel e nos recolhemos. Nossos planos de ir até o Bar do Joe foram abandonados.

3º dia – após um ótimo café da manhã, arrumamos a moto, demos uma volta pela cidade e descemos em direção a Porto Alegre. Viemos por Salvador do Sul – pequena cidade próxima a Montenegro. Almoçamos no meio do caminho, e próximo das 15hs estávamos em casa....já pensando na próxima viagem.


ROTEIRO:

10/04/2009 – sexta-feira – POA / ANTONIO PRADO (170 km – aprox. 2,5 horas)
11/05/2009 - sábado – ANT PRADO / GARIBALDI via Nova Pádua/Nova Roma (60 km)
12/05/2009 - domingo – GARIBALDI / PORTO ALEGRE via Salvador do Sul (90 km)

- as diárias dos hotéis foram em torno de R$ 90,00 o casal.
- estradas muito boas e com vistas espetaculares.


Abraços e até a próxima!


Lu e Rodrigo X.