domingo, 8 de novembro de 2009

Travessia Canion Josafaz

Fazia muito tempo que não postavamos alguma coisa. Não que não estivessemos viajando, mas o tempo não estava nos ajudando com viagens de moto. Tivemos um inverno bastante chuvoso. Temos feito muitas trilhas e acampamentos e aqui vamos relatar o último e mais desafiador que fizemos: a travessia do Canion Josafaz, feita no feriadão de 02 de novembro de 2009. Mas esse relato não foi feito por nós. Como a travessia foi feita por um grupo, vamos apresentar o relato e algumas fotos feitos pelo nosso amigo Fabiano Rifatti (REDBULL), com alguns comentários nossos.

PREPARATIVOS:

Com a decisão de não usarmos um guia, precisamos buscar informações pela internet, pesquisa no google earth assim como ida prévia até o local (tarefa realizada pelo X em sua nova XT660). A idéia de entrarmos no canion por Morro Azul foi abortada pelas diversas informações de moradores locais que nos aconselharam entrar por Aratinga. Essa decisão se mostrou acertada durante a travessia. Diversas reuniões foram feitas pelos participantes da travessia, e apesar de algumas desistências e novos integrantes, todos tinham tarefas para fazer, desde buscar informações fidedignas do local, como contratação de condução e relação dos itens a serem levados.

RELATO E FOTOS (por FABIANO RIFATTI - Redbull):

Saindo de Porto Alegre sexta feira dia 31/10/09 as duas da madrugada um pequeno grupo de membros dos Trilheiros do Sul subiu a Rota do Sol até a comunidade de Aratinga, em São Francisco de Paula, onde os Trilheiros iniciariam a jornada até o cânion Josafaz. O plano era fazer a travessia desse cânion e ir até praia Grande-SC, passando pelo Vale do Mampituba.

O planejamento da aventura começou com a busca de informações e guias que pudessem conduzir o grupo nessa indiada. Entretanto os valores cobrados pelos guias, somados ao transporte até o início da caminhada e mais a dificuldade logística que entrar em um estado e sair em outro trazia para o projeto, fez com que o grupo ponderasse sobre a necessidade de um condutor.
As informações encontradas a respeito do canion Josafaz eram escassas e por vezes desencontradas. As imagens do Google Earth, grande companheiro de planejamentos, ainda eram de baixa resolução, o que só trazia mais dificuldade para o projeto.
Entretanto após confirmações e desistências de participantes, a equipe se formou coesa, e como todos os componentes eram pessoas experientes em trilhas decidiram abandonar o guia e correr o risco de fazer a travessia sozinhos.
Além da falta de informação havia o medo do fracasso e principalmente o temor levantado por todo o mito que uma travessia de canion envolve, além, claro dos riscos reais. Mas apesar disso tudo o grupo estava disposto a enfrentar o desafio.
Iniciaram a caminhada as 6:00 da manhã em Aratinga, chegando nas bordas do Canion por volta de 7:30. A visão do canion em sua extensão encheu os olhos do grupo, que iniciou uma descida íngreme em direção ao leito do Rio Josafaz. As mochilas pesadas e o calor que já fazia àquela hora da manhã, dentro da mata nativa, eram agravantes, tornando a caminhada para fundo do cânion lenta e cansativa. Foram 3 paradas para descanso até o grupo finalmente poder avistar o rio em uma “janela” no meio da mata após duas horas de descida forte.

No rio o grupo aproveitou para se refrescar e fazer uma refeição antes de iniciar a caminhada por dento do canion até o vale do Mampituba e posteriormente até Praia Grande. Segundo todas as informações colhidas a travessia do Canion até Praia Grande era feita em 3 dias. Mas o grupo só dispunha de dois para realizar a caminhada. Sendo assim a solução seria caminhar o máximo que pudessem no 1º dia para assim garantirem o término do percurso no 2º dia.
Entretanto o Josafaz não é um canion selvagem como os demais. Além de não ser vertical e clastrofóbico como os outros cânions, passando inclusive uma impressão de vale, ele possui caminhos bem demarcados o que facilitou muito a caminhada.
Por volta de uma da tarde, o grupo parou para o segundo banho de rio. Lanche e descanso, para em seguida iniciar a caminhada forte novamente.
Como fazia muito calor, somado ao esforço de carregar as mochilas pesadas, de tempos em tempo era necessário fazer uma parada para descansar, beber água e se banhar nas águas geladas e cristalinas do rio.
Já por voltas das 16 horas o grupo passou pela 1º comunidade da região: São Roque. Ali descobriram que ainda faltavam mais de 6 kilometros e um morro com três subidas longas para chegarem até a comunidade de Aparecida, onde pretendiam acampar. Antes de iniciar a subida, uma nova parada para a alimentação reforçada. Nesse momento o cansaço já era enorme e apesar de estarem parados na beira da estrada alguns deitaram e até tiraram uma soneca de minutos.
Mas como ainda havia bastante o que caminhar, colocaram novamente as mochilas e voltaram a caminhar. Foi só depois das 17 horas que avistaram o pico da pedra branca. Referencial do final do Canion Josafaz e inicio do vale Mampituba.

Mas ter avistado a Pedra Branca não queria dizer ter chegado lá. A caminhada ainda levou mais de uma hora até que o grupo chegou ao Posto do Ibama que fica em frente a pedra. E só então pôde ter certeza:
Os Trilheiros haviam concluído a travessia do Canion em um dia de caminhada.

Apesar de exaustos essa notícia deu um novo ânimo ao grupo que seguiu caminhando, mas já pensando em algum lugar para acampar. Um taxi que passava pela estrada foi parado pelo grupo para coletar algumas informações. Descobriu-se que Aparecida, não estaria a 3 quilômetros de distância, mas sim a 6 kilometros ou mais. Por 5 reais o taxista faria a viagem até Aparecida, e o grupo não pensou duas vezes em mandar as mochilas, e caçula do grupo no táxi. Assim foi feito. O taxi seguiu com dois componentes da equipe e as mochilas de todos, enquanto os que ficaram puderam caminhar finalmente apenas com o peso dos próprios corpos, o que foi um alívio imenso.
A surpresa foi a volta do taxi para pegá-los, pois Aparecida era mais distante do que imaginava-se. Uma surpresa bem vida, tamanho era o cansaço. Chegaram em Aparecida e ficaram no que seria o bar da comunidade. A única casa a kilometros de qualquer outra. Ali foram muito bem recebidos pelo proprietário que cedeu prontamente o pátio para o acampamento do grupo.
Exaustos após 12 horas de caminhada puxada com as mochilas carregadas, o grupo tomou o ultimo banho de rio do dia. Alguns montaram suas barracas, outros rede de selva, e houve quem apenas estendeu o saco de dormir em cima do isolante térmico. De tão cansados quem deitou para “experimentar a cama” não conseguiu levantar, adormecendo sem jantar. Apenas dois membros da equipe (pai e filho) tiveram forças pra se manter de pé e jantar antes do sono merecido.

Domingo pela manhã o grupo levantou cedo, as dores musculares eram esperadas. Ponderaram sobre a distância até Praia Grande: Mais de 20Km por estradas de terra. Sem trilhas. O calor já se fazia bem presente. Foi consenso geral de que, sem trilhas, não valeria a pena toda a caminhada até praia grande. Principalmente quando o desafio, que era o cânion já havia sido vencido. Combinaram com um senhor que faz frete na região de irem na carroceria do seu caminhão até Praia Grande. Uma decisão acertada, pois a caminhada seria imensa e sacrificada, já que a estrada se distanciava do leito do rio por muito tempo.
Em Praia Grande o grupo lanchou às margens do rio enquanto esperava a hora de pegar o ônibus que Oe traria de volta a Porto Alegre. E minutos antes da partida alguns Trilheiros ainda arriscaram um refrescante banho de rio para se despedir da cidade.

Participaram dessa aventura: Fabiano Riffatti (RedBull), Max Salgueiro, Max Marcel, Ricardo Zelanis, Rodrigo X e Luciana Maines.

(relato completo e mais fotos disponíveis em: http://www.trilheirosdosultrk.com.br/relatos/47-relatos-2009/94-travessia-do-canion-josafaz-31102009

INFORMATIVO:
- Apesar da "facilidade" na travessia, nos preparamos muito, inclusive intensificando atividades físicas, buscando minimizar dores musculares e aumentar a resistência, pois sabiamos que seria um grande desafio;
- Lembramos que participamos de um grupo que faz trilhas há mais de 08 anos e temos experiência. Assim, não tente uma aventura sem guia caso não tenha experiência para tal;
- Constatamos ao final o peso a mais que carregamos com ítens que não foram utilizados. Mas é sempre bom levar os equipamentos que podem fazer falta em momentos de emergência.

Bem, mais uma vez acreditamos que relatamos tudo (ou quase tudo!). Estamos a disposição para perguntas ou dúvidas do que escrevemos.

Até a próxima viagem!

Lu e RodrigoX (LuX)

sábado, 30 de maio de 2009

VIAGEM DE MOTO: SERRA “ITALIANA” GAÚCHA – PÁSCOA 2009

Assim como no Carnaval, também fomos convidados para ir para outro destino – Maringá/PR. E mais uma vez pensamos em fazer nosso próprio roteiro. Há muito tempo vínhamos falando em visitar algumas pequenas cidades da serra gaúcha – lado italiano, pois apesar dos 2 conhecerem quase todas, o retorno sempre tem um gostinho diferente.
Assim, elaboramos nosso roteiro, indo diretamente à Antônio Prado (cidade onde foram filmadas as cenas de Caxias do Sul, no filme O Quatrilho) e Garibaldi.


PREPARATIVOS:
Como são cidades muito próximas a Porto Alegre, não houve grandes preparativos, além das reservas de hotel e a tradicional revisão da moto.


RELATO DA VIAGEM

1º dia – como o trajeto era curto, não houve muita pressa em sair, o que aconteceu por volta das 11hs. Fomos direto à Antonio Prado, fazendo uma, a princípio, pequena parada em um posto de gasolina, em Caxias do Sul, para abastecer. Digo “a princípio” pois o frentista colocou álcool na moto, e o que seria uma parada de 10 minutos levou 01 hora, até esvaziar completamente o tanque e abastecer com a preciosa gasolina.


Chegamos em Antonio Prado por volta das 14hs, localizamos nosso hotel e nos instalamos. Ficamos no Hotel Pradense (www.hotelpradense.com.br) e fomos recepcionados pelos proprietários – um casal muito simpático, mas que ficou impressionadíssimo que aquela hora ainda não tínhamos almoçado (hehehehe). Trocamos de roupa e fomos “almoçar”. Encontramos uma cafeteria aberta, com ótimos lanches, todos em homenagem à sexta-feira Santa (sem carne de gado ou frango), e enquanto comiamos, vimos passar a procissão – praticamente a cidade toda estava lá. Depois do lanche, saímos para um passeio. O dia estava ótimo e após uma volta por quase toda a cidade, voltamos ao hotel. A noite saímos para uma sessão de fotos no casario antigo, que como projeto turístico da cidade, foi todo revitalizado e bem iluminado. Á cidade é tipicamente italiana, e quem já esteve no interior daquele país se sentiria retornando.

Fizemos, inclusive, amizade com um grupo de adolescentes que estavam na praça central. Após o tour fomos jantar em um dos únicos 2 restaurantes da cidade. Depois de mais uma voltinha, nos recolhemos ao hotel, pois o frio estava forte.

2º dia – acordamos por volta das 8:30hs, pois o café da manhã era somente até as 9hs. Saímos do hotel por volta das 10hs, em direção à Nova Pádua. Lá chegando, fomos direto ao Belvedere Sonda (hotel) para vermos o Rio das Antas. Depois de apreciar a paisagem, o Rodrigo propôs que fossemos por um atalho até Nova Roma, que fica do outro lado do Rio. O único detalhe: era estrada de chão, com descida e subida de morro.

Perguntei se ele tinha certeza, já que nossa moto não é uma trail e sim uma custom muito grande e pesada. Ele disse que sim....Não sei se por ingenuidade ou por confiar muito no piloto, concordei. Foi uma grande aventura, pois no meio da descida ficamos sem o freio traseiro....o Rodrigo levou a moto (e a mim) sãs e salvas até a balsa que atravessa o Rio.....quem atravessou conosco ficou impressionado com nossa aventura. A subida foi bem mais tranqüila, e pudemos aproveitar a bela paisagem. Chegamos em Nova Roma e almoçamos num pequeno e simples restaurante, mas freqüentado por motociclistas. Após o almoço, rumamos para Garibaldi, passando pela Ponte de Ferro em Nova Roma, onde várias pessoas faziam esportes de aventura (rapel, tirolesa, bungjump).


Lá chegando, nos instalamos no Hotel Mosteiro (www.hotelmosteirosaojose.com.br). Era realmente um Mosteiro, e as freiras administram o hotel....foi muito estranho – a sensação de estar hospedado na casa da sua tia avó heehehehe....mas muuuuiiito legal.

Depois de instalados, fomos a pé ao centro da cidade fazer um lanche. Encontramos uma pizzaria / pub que já estava aberta e servia petiscos.....várias cervejinhas depois, voltamos ao hotel e nos recolhemos. Nossos planos de ir até o Bar do Joe foram abandonados.

3º dia – após um ótimo café da manhã, arrumamos a moto, demos uma volta pela cidade e descemos em direção a Porto Alegre. Viemos por Salvador do Sul – pequena cidade próxima a Montenegro. Almoçamos no meio do caminho, e próximo das 15hs estávamos em casa....já pensando na próxima viagem.


ROTEIRO:

10/04/2009 – sexta-feira – POA / ANTONIO PRADO (170 km – aprox. 2,5 horas)
11/05/2009 - sábado – ANT PRADO / GARIBALDI via Nova Pádua/Nova Roma (60 km)
12/05/2009 - domingo – GARIBALDI / PORTO ALEGRE via Salvador do Sul (90 km)

- as diárias dos hotéis foram em torno de R$ 90,00 o casal.
- estradas muito boas e com vistas espetaculares.


Abraços e até a próxima!


Lu e Rodrigo X.

domingo, 1 de março de 2009

VIAGEM DE MOTO COLONIA DEL SACRAMENTO/ URUGUAI – CARNAVAL 2009

Como toda viagem, a nossa começou com o planejamento. E a escolha do destino, foi um pouco inusitada. Pensávamos inicialmente, passar o carnaval em BH/MG, na casa de parentes e amigos. Eu iria de moto e a LU, por sua exigüidade de tempo, iria de avião. Lá passearíamos pelas montanhas mineiras entre outros atrativos.
Ocorre que como seria um feriado de intenso movimento, ficamos com receio de haver atraso no voo de volta. Seria muito arriscado ficar na mão do sistema aéreo brasileiro, tendo que trabalhar às 11h da manhã de quarta.

Então pensamos em outra opção, que não nos afastaria do desejo de fugir das agitações do carnaval.

- “Que tal Colonia del Sacramento?”, sugeriu LU.

Já tínhamos a intenção de ir até lá de moto. A distância e os dias disponíveis encaixavam-se perfeitamente. O roteiro elaborado, não levou mais que 30 minutos para ser aprovado. A lista de bagagens (devido a experiência e a consulta à previsão do tempo) também foi fácil. E o cálculo das despesas, foi feito “em cima da perna”, também. Só para comentar: o que gastamos em 6 dias de viagem ao Uruguai de moto, foi aproximadamente 1/3 a menos do que gastaríamos para Belo Horizonte, mesmo ficando em casa de amigos, sem despesa com hotéis.

PREPARATIVOS

Já que se tratava de viagem internacional, tínhamos alguns itens importantes para tratar:


- Carta verde: seguro para terceiros, OBRIGATÓRIO, para circular com veículo no MERCOSUL (inclusive moto);


- Reservas de hotel: por tratar-se de feriado de Carnaval (lembramos que no Uruguai também é feriado), nos precavemos fazendo as reservas com bastante antecedência, que foram gentilmente feitas pela Ptrulha (Ptrlha = P + Patrulha = sogra = irmã da LU), que trabalha na Rede Versare de Hoteis.
Pode parecer obvio, mas sabíamos que em locais turísticos os hotéis com boa relação custo x benefício lotam rapidamente, ficando somente aqueles com diárias altíssimas ou aqueles “pra lá de suspeitos” (do tipo que o dono diz: tenho um lugar no celeiro). Um detalhe percebido foi que no Hotel Balmoral, em Montevidéu, o valor acertado por email era inferior ao divulgado no site do hotel.


- Revisão da moto: para quem está sempre em cima de sua moto não há problema algum quanto a itens de revisão, mas regulagem do carburador talvez ajude a moto a não estranhar tanto a gasolina Uruguaia, que é pura e muito melhor que a nossa.

- Romming Internacional: para algumas operadoras de celular é necessário solicitar o romming internacional, ou seja, liberar a linha para fazer e receber ligações fora do país.

- Cartão de crédito: mesmo o cartão de crédito sendo internacional, sugerimos entrar em contato com a operadora e avisar da viagem. A LU ficou sem cartão no meio do Uruguai, pois a operadora não entrou em contato e bloqueou o cartão. Já a minha operadora ligou diversas vezes para confirmar se estava sendo usado no Uruguai.

Bueno, vamos para a estrada!!

RELATO DA VIAGEM

1º dia – 6ª-feira: Combinamos a saída às 16:30hs. Saímos no horário em direção à Pelotas, chegando lá às 19:30hs (260 km). Estrada tranqüila. Passamos por Turuçu, que estava perfeita (Turuçu sofreu com as chuvas no início do mês). Calor intenso e próximo a Cristal uma chuvinha para refrescar (sem roupa de chuva). Chegando em Pelotas, precisamos pegar um desvio já que a ponte de acesso à Jaguarão estava em obras. Passamos por dentro da cidade, em ruas sem pavimentação. Abastecemos a moto e pensamos em ir direto à Jaguarão, já que faltariam somente 130km e ainda era cedo. Mas como o hotel estava lotado, ficamos em Pelotas mesmo. Tínhamos reserva no Hotel Curi, com garagem e excelente atendimento. Jantamos em uma cantina em frente ao hotel e deitamos cedo, já que pretendíamos sair por volta das 06hs do dia seguinte. Ainda antes de deitar, reorganizamos os alforjes. Uma curiosidade: ao passarmos pelo único pedágio pago por moto no trecho – em Eldorado do Sul – LU perdeu uma moeda do troco. Grata surpresa quando levantei da moto no posto em Cristal, e a moeda estava no banco, embaixo da minha bunda. Perder R$ 0,50 não é nada, mas achar R$ 0,50 numa moto, em deslocamento, foi bem legal.

2º dia – sábado: Acordamos às 05:00hs, e depois de um tempinho a mais na cama devido a preguiça, levantamos e arrumamos as coisas para a saída. O hotel mais uma vez provou sua excelência no atendimento, nos permitindo tomar o café da manhã muito antes do horário. Saímos de Pelotas às 06:20hs em direção à Jaguarão. Temperatura agradável e dia limpo. Chegando em Jaguarão (130 km), abastecemos a moto, passamos a bela ponte e, entrando em Rio Branco, fomos direto à Aduana. Fizemos a imigração e aproveitamos a simpatia e cordialidade dos agentes alfandegários e perguntamos sobre o estado da Ruta 7, que era nosso plano. Nos sugeriram a Ruta 8, pois a 7 não estava tão boa. No posto havia um uruguaio que parecia “meio louco” e falava em montes de pedras e areias nas Rutas, arrastando os pés no chão, falando da brita. Nesse momento não demos bola, mas rimos muito quando, ao longo da estrada passamos por trechos em manutenção e montes de terra ao lado da pista, exatamente como ele tinha nos dito. De Jaguarão, abastecemos em Treinta y Três (+- 140km) onde mais uma vez percebemos o quanto os Uruguaios gostam de moto: uma família, dentro do carro, nos pediu para ligar e acelerar a moto, somente para ouvir o ruído do motor. Após passar em frente a Cervejaria Patrícia (quase ficamos lá), um “Caminero” (PRF) nos abordou, pedindo os documentos da moto + motorista.

Foi muito engraçado, pois ele ficou o tempo todo elogiando a moto, se mostrando apaixonado, além de sugerir postos e tipos de combustível. Esse fato confirmou o que já sabíamos: a paixão do Uruguaio por motos e sua cordialidade. Fomos até o “pueblo” de Minas, onde abastecemos e almoçamos nosso primeiro assado de tiras dessa viagem. Na saída, um senhor uruguaio disse que estava esperando somente a nossa saída, pelo prazer de ouvir o ronco do motor. Ele nos disse que usa moto tipo Trail para o trabalho no campo. Chegamos à Montevidéu por volta das 15:30hs e depois de achar que tínhamos errado a saída para a Ruta 1, saímos em direção à Colônia. Na saída abastecemos mais uma vez, e apesar da moto falhando por causa da gasolina, chegamos à Colônia por volta das 18hs. A Ruta 1 é quase toda duplicada e está em excelente manutenção. Percorremos nesse dia 840 km. Após abastecer, fomos até a Pousada Del Bosque (próxima a Rambla) e jantamos no centro, comendo nossa primeira Parrillada. Fomos até o centro de moto, mas sem capacete, já que lá não há fiscalização. Ótima sensação!!! Voltamos cedo para a Pousada pois começou a chover.
3º dia – domingo: acordamos às 9hs com a chuva batendo na janela. Sem pressa alguma descemos para o café da manhã e acertamos uma carona até o Shopping de Colonia com um simpático grupo da cidade de Charqueadas/RS, também hóspedes da Pousada.

Próximo ao ½ dia a chuva passou e fomos a pé até o Centro Histórico. Passeamos por lá e fomos almoçar no meio da tarde.


Quando chegamos no restaurante escolhido sentamos ao lado de um casal de paulistas, que estavam vindo do Chile, de moto. É claro que conversamos com eles e em poucos minutos já parecíamos amigos de longa data.

Após mais algumas voltas na cidade, retornamos ao hotel em ônibus de linha (o dono da pousada nos disse que o táxi não é muito barato em Colônia). O motorista nos deixou próximos a Pousada e tivemos que caminhar algumas quadras na chuva. Nessa noite aproveitamos a chuvinha para dormir cedo e recuperar as energias, pois no dia seguinte iríamos pegar a estrada novamente.

4º dia – segunda-feira: acordamos por volta das 08hs, tomamos café (mais uma vez conversando com outros hóspedes – dessa vez de Florianópolis) e nos despedimos dos donos da Pousada. Um casal muito simpático, que percebemos, pelo forte abraço de despedida, gostou muito de nós.



Saímos em direção à Montevidéu. Passamos na granja do maior colecionar de lápis do mundo (está no Guiness) e outras coisas como canecas, latas, chaveiros, etc. Vimos, inclusive, uma lata de cerveja do Grêmio. POR FAVOR COLORADOS: LEVEM UMA DO INTER SE FOREM ANTES DE NÓS. Além das coleções, a Granja é conhecida pela produção de chimias e doce de leite. Chimias / Geléias de cebola, pimentão, berinjela, entre outras. A viagem foi um passeio. Chegamos à Montevidéu próximo ao ½ dia, e depois do check-in no Hotel Balmoral (com garagem), trocamos de roupa e fomos à pé até o Mercado del Puerto (ponto turístico tradicional da cidade – encontramos pessoas do mundo todo). Almoçamos sentados ao balcão de um dos restaurantes de lá. Depois de um ótimo entrecot e chorizo, ficamos mais um pouco sentados, bebendo Patrícias e conversando com os garçons – sempre muito simpáticos. Eles falaram várias vezes que adoram os brasileiros e o quando “odeiam” os argentinos. Aqui vale uma observação: quase achamos que estávamos no Brasil, devido ao grande número de brasileiros em Montevidéu. Voltamos à pé para o hotel, mas parando em diversas lojas e livrarias (du cara...ops, maravilhosas). Tomamos um café e comemos um “postre” (sobremesa) muito bom em um restaurante da 18 de Julho. A noite, jantamos no La Passiva (sim, o mesmo que tem no Shopping Total e em Punta del Este) na Plaza Artigas. Dormimos cedo.



5º dia – terça-feira: Saímos de Montevidéu por volta das 8hs. A moto continuava engasgando (falhando em baixa velocidade). Ao passarmos em alta velocidade por um quebra-molas, perdemos o alforje traseiro, sem perceber. Depois de alguns kilometros, parados no semáforo, um outro motorista nos avisou que um caminhoneiro havia pego nosso alforje e estava vindo em nossa direção. Foi inacreditável a sensação de desespero e alívio, pois em poucos minutos já estávamos com o alforje na moto, dessa vez, MUITO bem amarrado. Isso demonstrou, mais uma vez, a acolhida, hospitalidade e honestidade do povo uruguaio. Não perderíamos somente o alforje, mas também a Carta Verde, documentos de imigração, assim como o Kong (nosso mascote). Fizemos o trajeto de volta na mesma Ruta. Chegamos à Rio Branco por volta das 14hs, e depois de um ótimo almoço (picanha e assado de tiras), combinamos 01 (uma) hora para a LU fazer as compras no free-shop, o que, por incrível que pareça, ela conseguiu. Bornau reserva cheio de perfumes, alfajores e toblerones, pendurado ao corpo da “turista”, fomos em direção à Pelotas, ainda com sol alto. No primeiro pedágio – entre Jaguarão e Pelotas – passamos por uma situação muito chata: não havia sinalização para passagem para moto. Assim, como na outra praça da ECOSUL, paramos na cabine para que o atendente abrisse a cancela. Nesse caso, a funcionária, doravante designada “despreparada” gritou que não podíamos passar por ali e sim pela passagem ao lado. Como falamos que não tínhamos como dar ré na moto que pesa, com tripulação e bagagem, mais de 500 kilos (haviam vários carros atrás de nós), a “despreparada” mandou que passássemos por cima do “gelo baiano” para sair dali. Batemos boca e acabamos dando ré e saindo pela passagem fechada com cones. Já entramos em contato com a concessionária do pedágio (ECOSUL) fazendo a reclamação, não só da falta de sinalização como do péssimo preparo da atendente. Chegamos em Pelotas por volta das 18hs e após o check-in no nosso conhecido Hotel Curi, saímos para um lanche. Após o banho, capotamos na cama.

6º dia – quarta-feira: pulamos da cama às 05:00hs e saímos do hotel às 06:00hs, depois de mais uma vez tomarmos café da manhã fora do horário. Nesse dia pegamos chuva e frio ao longo da estrada, até quase em Porto Alegre, onde chegamos às 09hs, pois LU tinha que trabalhar as 11h.
Tristes por ter acabado, mas felizes pelo ótimo passeio.


INFORMATIVOS


- ROTEIRO:

20/02/2009 – sexta-feira – POA / PELOTAS (259 km – aprox. 3 horas 20 minutos)
21/02/2009 – sábado – PELOTAS (660 km) / COLONIA DEL SACRAMENTO
22/02/2009 – domingo – COLONIA DEL SACRAMENTO
23/02/2009 – segunda-feira – COLONIA DEL SACRAMENTO / MONTEVIDEO (180 km)
24/02/2009 – terça-feira – MONTEVIDEO / PELOTAS (480 km )
25/02/2009 – quarta-feira –PELOTAS / POA (259 km)


- carta-verde é obrigatória, mas nunca foi pedida;

- levar um “T” (benjamim), pois os plugs dos carregadores de máquinas fotográficas, celulares ou GPSs nossos, não são compatíveis com as tomadas de lá;

- organização da bagagem: o que no início parecia muita bagagem para pouco espaço, com tantos monta-desmonta, conseguimos que sobrasse espaço mesmo com as compras. Otimização e logística ao longo da missão...hehehe;

- velocidade econômica da moto: ao rodar na cidade, já em Colonia, a moto chegou a gastar 5 litros para rodar 22 km. Impressionante o gasto em baixa velocidade nesta ocasião, devido a constante falha do motor, velas molhadas, etc.
Descobrimos então que a melhor velocidade era de 120 km/h na estrada. A partir de 80/90 km/h o motor ficou redondo e a economia foi surpreendente para a LC totalmente carregada. É claro que rodamos a 120 apenas no Uruguai. Aqui o limite na BR116 é de 100 km/h.

- ter a mão “‘trocentos” (vários) extensores é uma boa. Levei vários, e usei quase todos.

- RUTAS 9, 8 e 1, estão em excelente estado, com poucos trechos em manutenção Pode-se rodar tranquilamente na velocidade máxima permitida.

- ATENÇÃO MOTOCICLÍSTAS:::::: muito cuidado com o gado. Os bichos ficam soltos no campo e não há cerca ao longo da RUTA. Quando o gado aproxima-se da margem da pista, a peonada fica postada perto para controlar seu deslocamento. As vezes são apenas dois gaúchos para uma tropilha de 30 animais. Não é tão seguro assim.

- minha moto (LC 1500 - SUZUKI), como já disse acima, não se deu bem com a gasolina Uruguaia. De todas as que usamos, a melhor foi a COMUM da PETROBRÁS. Falhava menos em baixa. Mas isso pode variar de moto para moto. Injetadas se dão melhor.

- quanto a bagagem pessoal e para a moto, acertamos bem nas escolhas. Não faltou nada e não foi nada além do que o necessário. A vantagem da moto é que precisamos selecionar muito bem o que levar. Esquecemos somente de levar uma calculadora de bolso (aquelas de R$ 5,00), para calcular o desempenho da moto e facilitar a conversão de moedas.

- moedas: até Treinta y Três o Real era aceito. Em Colônia também. O que complica nessas viagens é que temos que ter três moedas: real, dólar e peso uruguaio. Vimos casas de câmbio em Montevidéu com taxas para troca de real por peso com valores melhores que os praticados em Porto Alegre. Assim, sugerimos levar real e fazer o cambio lá.

- diferente do Brasil, a “caminera” (PRF) está na estrada. Vimos vários argentinos sendo atacados por andar em alta velocidade e fazer ultrapassagens em locais proibidos. Vale a sugestão: obedeçam as leis de trânsito.


Bom, acreditamos que relatamos tudo (ou quase tudo!). Estamos a disposição para perguntas ou dúvidas do que escrevemos.

Até a próxima viagem!

Lu e RodrigoX (LuX)

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Bem- vindos!

Depois de muitos anos viajando por ai, seja de moto ou fazendo trilhas, e sempre navegando em outros blogs buscando informações para que nossas viagens sejam sempre facilitadas e seguras, resolvemos criar nosso próprio blog. A partir de agora vamos compartilhar informações que podem ser úteis para os que forem se aventurar pelos mesmos pagos que estivemos, ou mesmo para aqueles que querem somente conhecer lugares legais e ver nossas fotos.

Pretendemos apresentar em nossos relatos três principais blocos: PREPARATIVOS (questões burocráticas, etc.), RELATO DA VIAGEM e INFORMATIVOS (distâncias, roteiros, valores, equipamentos, curiosidades, cuidados, etc.).

Boa viagem!

Lu e Rodrigo X
(LuX)

"Viagem é de moto, o resto é deslocamento. Deslocamento = boot + mochilão."